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Em velório, avô diz que adolescente de 14 anos morto pela PRF no Chapadão 'nunca pegou em uma arma'

 

Fernando Palhinhas, avô de Lorenzo, durante sepultamento no Cemitério do Irajá Foto: Agência O Globo/ Lucas Tavares
Morto na noite da última quinta-feira, 27, durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Complexo do Chapadão, Lorenzo Dias Palhinhas, de 14 anos, está sendo sepultado na tarde deste sábado no Cemitério de Irajá, Zona Norte do Rio. O avô do adolescente, Fernando Palhinhas, conta que Lorenzo começou a trabalhar como entregador há quatro meses para ajudar sua mãe, de 28 anos, que criava ele e mais um filho de três anos no Complexo do Chapadão. Segundo Fernando, o jovem "nunca pegou em uma arma". A PRF alega que Lorenzo foi morto após atirar em policiais.As informações são do Extra.

O avô, Fernando Palhinhas, conta que Lorenzo começou a trabalhar como entregador há quatro meses para ajudar sua mãe, de 28 anos, que criava ele e mais um filho de três anos no Complexo do Chapadão. A família morava na comunidade da Zona Norte há um ano. Antes, mãe e filho passaram pela Vila Kennedy e Guadalupe, na casa do avô.

— Ele era um menino muito bom, muito fácil de fazer amizades. Todo mundo gostava dele. Ele gostava muito de jogar bola e sonhava em ter a sua própria moto. Ele se preocupava com todo mundo da família, era atencioso — afirma.

Palhinhas garante que o neto tinha boas amizades e não tinha envolvimento com o tráfico local:

— Mataram ele de uma maneira covarde. Os agentes da PRF estão falando que ele era envolvido com o tráfico, mas ele nunca pegou em uma arma. Já foi constatado que não tinha pólvora na mão dele. É uma injustiça muito grande.

Além de trabalhar como entregador de lanches dentro do Chapadão com uma moto cedida pela lanchonete, Lorenzo estudava e estava no 7º ano.

—Ele tinha dificuldade em algumas matérias, mas se esforçava muito. Ele trabalhava e estudava. Ele se preocupava muito com a mãe e o irmão, e pensava demais no futuro — afirma o avô.

Muitas pessoas participam do enterro, principalmente familiares e amigos.

— Eles entraram por conta da morte desse policial Federal porque disseram que os bandidos estariam no Chapadão. Por conta da morte do policial, o Lorenzo pagou. Um garoto inocente de 14 anos. Isso é uma injustiça — Emanuele Araújo, amiga da família.

Neuza Maria Silva, que foi professora de Lorenzo em Honório Gurgel quando ele era criança, esteve presente.

— Ele trabalhava entregando lanches. Isso tem que acabar, não pode mais ser assim — lamenta.

Lorenzo foi morto durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio, após a ida as equipes ao local com informações de que os criminosos responsáveis pela morte do agente Bruno Vanzan teriamfugido para a comunidade. Ainda de acordo com a corporação, as equipes foram recebidas a tiros por cerca de 30 criminosos.

Na operação, houve a apreensão de dois adolescentes. Em nota, a PRF diz ainda que dois dos adolescentes afirmaram pertencer ao tráfico de drogas da região. Eles também teriam dito que faziam um plantão do “comércio da boca de fumo”. Segundo a corporação, o jovem que morreu baleado estaria envolvido.

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