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Moraes determina depoimento de Bolsonaro sobre atos de 8 de janeiro

 Oitiva foi pedida pela PGR, que quer saber se ex-presidente inflou apoiadores pelas redes sociais

Marcos CorrĂȘa/PR - 24.04.20

Bolsonaro deve prestar depoimento à PF em até 10 dias

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (14) que a PolĂ­cia Federal marque o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre os ataques antidemocrĂĄticos de 8 de janeiro, em BrasĂ­lia. A decisĂŁo atende a um pedido da Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR). As informaçÔes sĂŁo do IG.

No despacho, Moraes determina que os investigadores marquem o depoimento em um prazo mĂĄximo de 10 dias. A PGR deverĂĄ ser avisada para acompanhar a oitiva.

“Determino Ă  PolĂ­cia Federal que proceda Ă  oitiva de Jair Messias Bolsonaro, no prazo mĂĄximo de 10 dias, devendo a PGR ser previamente avisada do dia agendado para, se entender necessĂĄrio, acompanhar a oitiva”, afirmou o ministro.

A PGR acredita que uma publicação feita pelo ex-presidente em 10 de janeiro, o coloca com participação direta aos ataques em Brasília. Os procuradores não informaram qual mensagem de Bolsonaro é alvo da investigação.

Horas apĂłs os atos de seus apoiadores, Bolsonaro publicou uma mensagem pelas redes sociais em que se eximia de culpa pelos ataques antidemocrĂĄticos. Ele, porĂ©m, quis culpar a esquerda por invasĂ”es aos prĂ©dios pĂșblicos.

A defesa de Bolsonaro ainda nĂŁo se pronunciou sobre a determinação de Moraes. 

Relembre o caso

Os prédios do Congresso Nacional, Palåcio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde de 8 de janeiro. Eles protestaram contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrÎnicas.

No dia anterior, caravanas de bolsonaristas chegaram Ă  BrasĂ­lia para o ato. O ministro da Justiça, FlĂĄvio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos TrĂȘs Poderes.

No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salĂŁo verde da CĂąmara dos Deputados e invadiram o plenĂĄrio do Senado. JĂĄ no Planalto, os suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial.

Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armårios onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.

Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Centenas jå foram liberadas por decisÔes do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.

O ex-ministro da Justiça e Segurança PĂșblica Anderson Torres tambĂ©m foi preso por suspeita de ter sido conivente aos ataques. Na Ă©poca, Torres era secretĂĄrio de Segurança PĂșblica do Distrito Federal. Ele continua na carceragem da PolĂ­cia Militar do DF e, em depoimento, negou envolvimento com os atos antidemocrĂĄticos.

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